Este mês de junho, a 01, em Lisboa, a 10 no Porto, podemos dar corpo ao mito lusitano do V Império – Império imaterial, cultura, espiritual e universal; através do livro Mensagem de Fernando Pessoa. Para muitos uma forma de Cumprir Portugal na sua missão de fazer descer o Espírito à Terra.

Sempre que proponho este tema, tomar contacto com o mito (que é tudo e é nada, de acordo com o poeta), que habita o inconsciente coletivo português, é de uma beleza, de uma profundidade, de uma comoção que só quem o vive pode sentir. Ser parte, realizadora, de uma missão que se propõe, enaltecer e disseminar pelo mundo a sacralidade da vida é algo, muito para lá de especial.

Mas como diz o poema: sonho que se sonha só, é só um sonho, mas sonho que se sonha junto, é realidade, celebro os milhares que já dançaram esta proposta nos últimos 7 anos, mas agora em particular, os mais de 100 que nestes dois dias se juntaram. Dias esses abrilhantados por Domingos Gomes, lendo os poemas, em Lisboa e Ana Maria Silva, no Porto, sendo que aqui ainda tivemos o canto ao vivo de Adilia Ferreira, que interpretou o ‘Amor a Portugal’ e ‘Tens os olhos de Deus’, de forma profundamente comovente. Maravilhoso, inefável!

Desde miúdo, convivo com este mito, não sabendo por anos, que a Biodanza SRT se iria colocar no meu caminho, de forma a dar corpo e concretizar esta missão. Se em tempos mapeámos os mares e as terras, através os descobrimentos e os ares, através do contributo de Sacadura Cabral e Gago Coutinho, agora mapeamos os corações.

Através da dança, mapeamos o corpo na sua totalidade, integrando os instintos, as sensações, as emoções, os pensamentos, unidos pelo coração, sede dos sentimos. Descobrimos dentro, novas terras, novos mares, novos ares e damos novos rumos, às nossas vidas, norteados pelo principio biocêntrico da sacralidade da vida. Assim cumprimos Portugal!

Termino, para quem queira saber mais do tema, elecando alguns dos idealistas do V Império:

  • Padre António Vieira
  • Luís de Camões
  • Gonçalo Annes
  • Bandarra
  • Fernando Pessoa
  • Agostinho da Silva

E aqui por baixo, me coloco humildemente, fazendo a minha parte através da Biodanza, todas as semanas em grupo regular, todos os meses nas escolas e todos os dias, na minha vida…

O CONDE D. HENRIQUE

Todo começo é involuntário.
Deus é o agente,
O herói a si assiste, vário
E inconsciente.

À espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce.
«Que farei eu com esta espada?»

Ergueste-a, e fez-se.

Nuno Pinto
A Vida ao centro